Com uma cultura de confiança e positividade, você pode auxiliar sua equipe a aflorar talentos e habilidades
Em 1978, o historiador americano James MacGregor Burns usou o termo “liderança transformacional” para descrever um processo no qual “líderes e seguidores ajudam uns aos outros a avançar para um nível mais alto de moral e motivação”.
Lá se vão quase cinquenta anos, mas é fundamental falarmos sobre este tema ainda hoje, dada sua atualidade e urgência.
De fato, a liderança transformacional reúne características excepcionais. Para começar, seu motor é a paixão por estimular as pessoas e criar soluções impactantes para os desafios que elas enfrentam. No centro dessa filosofia está o entendimento de que inspirar os colaboradores pode levar não apenas à transformação, mas também a mudanças sociais. Logicamente, o processo nem sempre é fácil, pois demanda tempo e energia, mas é extremamente gratificante.
É por meio de uma cultura baseada na confiança e positividade que os líderes transformacionais motivam e auxiliam seus times no que concerne a aflorar habilidades e talentos até mesmo desconhecidos. Eles incentivam o crescimento pessoal e profissional de seus liderados e estabelecem bases sólidas para a melhoria contínua, em um ambiente de trabalho que garanta qualidade de vida para todos. É um estilo de liderança que abre espaço para uma equipe mais criativa, com olhar no futuro e foco em encontrar novas soluções para velhos problemas.
Em linhas gerais, este gestor é visionário, 100% centrado na força de seu time, inspirador, inclusivo, emocionalmente inteligente e colaborativo. Além disso, se esforça para colocar as pessoas antes de si mesmo, sem nunca pensar em seu próprio poder ou em como suas ações o beneficiarão individualmente.
Existem estudos que estabelecem uma forte correlação entre o ânimo e felicidade dos colaboradores e os resultados da organização. E para criar motivação é preciso, justamente, um ambiente positivo. Veja que interessante: Marcial Losada, psicólogo e economista, acompanhou durante mais de uma década a performance de equipes. Ele criou estatísticas sobre variações de desempenho ligadas aos comentários ou feedbacks positivos e construtivos versus os negativos, criando o que hoje é chamado de “linha de Losada”. O resultado? 2.9013 é a proporção mínima entre interações positivas e negativas necessárias para que um time corporativo tenha sucesso. Abaixo desse ponto crítico, o desempenho no ambiente de trabalho estará fortemente comprometido.
É por isto que a liderança transformacional deve ser óbvia e prioritária em organizações que pretendem melhorar seus resultados, embora em muitas infelizmente este conceito não passe de belas frases grafadas na Declaração de Princípios e Valores corporativos. Citando Richard Branson: “Clientes não vêm primeiro. Os colaboradores vêm primeiro. Se você cuidar de seus colaboradores, eles cuidarão de seus clientes”.
Nelson Mandela, Mahatma Gandhi, Abraham Lincoln, Margaret Thatcher e o próprio Branson são ícones desse estilo de gestão. Suas biografias são realmente fascinantes, não é mesmo?
E veja, a boa notícia é que não é difícil exercer este tipo de liderança. Basicamente, seus alicerces estão baseados na empatia, bom senso e consciência ética. Compartilho, a seguir, algumas dicas:
1) Demonstre paixão e positividade
Ninguém quer seguir um líder que não se preocupa verdadeiramente com seus objetivos. Por isso, os gestores transformacionais não estão focados exclusivamente em realizar suas tarefas, mas também mostram entusiasmo e interesse genuínos pelo seu trabalho, deixando evidente para as pessoas que o progresso delas é importante. Afinal, toda contribuição deve ser valorizada. Inclusive, nesse sentido, é interessante que você conheça em profundidade cada colaborador do seu time, compreendendo seus valores e motivações. Quando isso acontece, as parcerias profissionais naturalmente se fortalecem e, como consequência, os resultados melhoram. Lembre-se: a liderança transformacional diz respeito a conquistar corações e mentes e, também, a realizar trabalhos em conjunto.
2) Incentive os membros da equipe a ter voz ativa
Os colaboradores devem se sentir bem-vindos se quiserem compartilhar suas ideias. Ainda que os líderes tenham a palavra final quando se trata de decisões, esse estímulo oferece oportunidade para que cada um possa contribuir de maneira efetiva no dia a dia da empresa. É preciso promover um crowdsourcing de ideias, pois, assim, será possível extrair o melhor dos aprendizados coletivos. E cá entre nós: não é segredo que o estilo de liderança democrática incentiva um maior comprometimento, melhora a produtividade e inspira soluções inovadoras!
3) Solicite feedbacks com regularidade
É preciso ter em mente que quem está “nas trincheiras” tem uma boa visão sobre o que está funcionando e também sobre tudo aquilo que não está sendo efetivo. Assim, o líder transformacional deve pedir opiniões e insights com regularidade, certificando-se de que está sempre oferecendo oportunidades para as pessoas se expressarem.
4) Personalize tarefas com base nas habilidades de sua equipe
Parte de ser um líder transformacional é reconhecer os pontos fortes e fracos de cada um. Isso significa ser capaz de adaptar o fluxo de trabalho e o delegar de atividades, em tempo real. Se alguém está mostrando aptidão ou entusiasmo em uma determinada área, vale recompensar com elogios e incentivos e responsabilidades adicionais. Por outro lado, se algum colaborador estiver falhando em suas funções, talvez seja necessário descobrir outros afazeres para que ele possa desenvolver seu potencial.
Fonte: Administradores.com
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